Mas o ensino definitivo no que diz respeito ao destino daqueles que rejeitam Cristo como Senhor e Salvador encontra-se nas próprias palavras do Senhor em Lucas 16:
"Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite." [Lucas 16:19-31].
No versículo 23 vemos que o homem rico foi para o "inferno" (Hades) — o lugar dos mortos. No contexto desses versos, Lázaro está no mesmo plano que o homem rico, visto que eles podiam se ver. Entretanto, as situações deles eram totalmente diferentes. O homem rico não identificado está em "tormentos" (plural) e "na chama" (verso 24), enquanto se diz que Lázaro estava "no seio de Abraão" e sendo confortado (verso 25). Entre esses dois lugares obviamente diferentes havia um "grande abismo" ou precipício, o que impossibilitava alguém ir de um lugar para o outro. Devido a esse ensino, muitos teólogos teorizaram que durante a época do Antigo Testamento (antes do sacrifício de Cristo na cruz), o lugar dos mortos era formado por dois "compartimentos" — o lugar de tormentos, e o Paraíso — o lar dos redimidos. Lembre-se do que disse Jesus ao ladrão na cruz, "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" [Lucas 23:43]. Então, quando o Senhor ressuscitou, "Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens" [Efésios 4:8], levando muitos a acreditarem que ele esvaziou o Paraíso dos fiéis eleitos levando-os ao céu — a morada de Deus. Mas em qualquer caso, deve estar claro que o Senhor disse que todos que morrem irão para um dos dois lugares — "céu ou inferno" como os termos se tornaram conhecidos.
No entanto, referir-se aos redimidos como "mortos" não é terminologia apropriada, de acordo com que o Senhor disse aos saduceus na seguinte passagem:
"Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão. Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou a mulher, e morreu sem deixar descendência; E o segundo também a tomou e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro da mesma maneira. E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher. Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus? Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus. E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é de mortos, mas sim, é Deus de vivos. Por isso vós errais muito." [Marcos 12:18-27].
Os saduceus negavam qualquer possibilidade de uma ressurreição literal dos mortos e tentaram armar uma armadilha para o Senhor usando uma situação ridícula, envolvendo o que foi chamado de "Lei do Levirato" — na Lei Mosaica, que dizia que um irmão solteiro era obrigado a se casar com a viúva de seu irmão mais velho a fim de perpetuar a linhagem familiar do seu irmão. Então, depois de os sete irmãos terem se casado com a mesma mulher, os saduceus queriam saber de quem ela seria mulher na ressurreição. O Senhor acabou com a alegria deles, afirmando que a ressurreição muda tudo! Os santos em corpos glorificados não reterão as diferenças humanas e suas relações de suas antigas vidas (homem, mulher, casado, solteiro, etc.). Mas a frase sublinhada acima imediatamente chama nossa atenção pelas suas tremendas implicações! O Senhor refutou a crença dos saduceus de que não haveria ressurreição dos mortos citando Êxodo 3:6 e informando que quando Deus falou com Moisés a partir da sarça ardente, disse "Eu sou o Deus de Abraão, Isaque, e Jacó" — e não "Eu fui" o Deus deles!!! Em outras palavras, as almas/espíritos deles ainda estão bastante vivos na presença de Deus. Vemos uma demonstração disso em Mateus 17:3 quando Moisés e Elias apareceram no monte da transfiguração conversando com o Senhor enquanto Pedro, Tiago e João olhavam admirados. Seus corpos mortais já tinham perecido há tempos, mas eles tinham a habilidade de se materializar na forma física.
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