Respondi por e-mail...
Agradeço-lhe o seu e-mail porque através dele me permite lhe
conhecer um pouco mais. Sei que viu o meu blog, mas o perfil lá é muito
sucinto... permita-me compartilhar com a senhora algo do caminho que percorri:
Ao igual que a grande maioria de peruanos nasci numa família
Católica "não praticante", mas desde4 criança algo me chamava para as
coisas religiosas...participei das missas durante um tempo mas não continuei
porque não entendia o "levanta-senta-levanta" nem as responsivas...
Aos 15 anos (1974) conheci a Igreja Evangélica do Nazareno
(arminiana-wesleyana - como, com orgulho, se denominam) cujo "carro
chefe" é a "doutrina" do "livre arbítrio" (el libre
albedrío), cheguei a cursar um ano no Instituto Bíblico dessa denominação no
norte do meu país...
Em 1983, decidi sair do Peru e fui à cidade de Manaus.
Em 1984, conheci a Igreja Presbiteriana do Brasil, em Manaus
o pastor da Primeira Igreja Presb. era o Rev. Caio Fábio de Araújo (pai) quem
me recebeu muito bem, mas foi o pastor Manoel do Carmo Filho quem me confrontou
com as doutrinas "calvinistas", e eu não consegui (mesmo tentando)
defender "o livre arbítrio"...desde 1974 eu sabia que Deus havia me
chamado ao ministério, pelo que em 1985 inicie junto com a primeira turma, os
meus estudos teológicos no Instituto Teológico Presbiteriano do Amazonas
(ITEPRAM), terminei em 1989, mas por diversos motivos não fui ordenado
pastor...porém o que havia aprendido no instituto impedia que eu me sentisse à
vontade diante do carismatismo (pentecostalismo crasso) que tomou conta da
IPM...em 1992 saí dessa denominação depois de haver questionado coisas como:
* O movimento "Louvorzão" nas praças (rock da
pesada para atrair multidões e "pregar-lhes a palavra")
* "Visões e profecias" nos cultos de jovens na
casa do pastor Manoel do Carmo - o cúmulo foi uma ocasião em que uma jovem,
estudante de medicina, começou a tremer, mudou para uma voz bem grossa
masculina [cavernosa] e disse: "Meu povo, não temas...EU mandei meu
filho...." – aí interrompi alguns ao meu redor e disse "O quê? Vocês
acham que Deus Pai, a Primeira pessoa da Trindade abandonou seu trono para
entrar no corpo desta moça?!!!" – fui “convidado” a sair na hora!
* latidos e grunhidos "santos" em reuniões após os
cultos...(os participantes oravam e tremiam, caiam ao chão e começavam a “andar
de quatro” latindo e grunhindo...e diziam que era manifestação do Espírito
Santo!!!)
Na Ig. Presbiteriana vivenciei "ondas" como a dos “duendes”,
a dos “anjos”, a do "dente de ouro" e outras das quais quase nem
lembro..
Após a minha saída fui congregar numa igreja Congregacional...mas
não deu certo, saí de lá também...assim, por meses fiquei "sem
igreja".
Até que em 1995 conheci alguns gaúchos na Ulbra de Manaus
(fiz um semestre de Psicologia) e fui aceito por profissão de fé, congreguei
com eles até junho de 96 quando casei com Leonora, em julho daquele ano vim ao
RS...em 1997 fui aceito por colóquio no rol de pastores da IELB mas tive que
estudar algumas matérias que não constavam no meu curriculo presbiteriano:
Confissões Luteranas, liturgia, etc.
Em 1998 cumpri um ano como estagiário na Igreja Luterana São
Paulo no centro de Novo Hamburgo, já ai começaram os atritos por causa do ecumenismo que impera na IELB, consegui
levar o ministério até 2002, quando decidi sair dessa denominação (que
considera um orgulho trabalhar ecumenicamente com a Igreja Católica)...
Perdi por causa disso bens materiais (casa e carro
paroquial, salário que neste ano 2011 beiraria nos 4.500 ou 5000 reais, etc.,
etc.)...mas ganhei em liberdade e conhecimento da verdadeira doutrina
cristã...aprendi o real significado de "negue-se a si mesmo" sei
também o que significa "tomar a cruz"...
Em fim, agradeço ao Senhor por ter me tirado da ignorância,
do sono, do "lusco-fusco"...
Bom a grandes rasgos...essa foi a minha caminhada...conheço
os arminianos, o calvinismo, o luteranismo...seria uma honra poder ser de algum
auxílio...
Meu desejo prezada irmã na fé, é que o Nosso Senhor e
Salvador lhe abençoe e guie sempre.
Fiel ao Senhor Jesus Cristo unicamente pela Sua graça,
Pastor Gustavo Pereyra